sábado, 12 de fevereiro de 2011

The King's Speech (2010) [com spoiler]


Dispensa muitas aprensentações, e segue uma linha de filmes dramáticos que não é bem o modelo mais comum em Hollywood, mas The King's Speech, sem dúvida, é uma obra que com certeza será um fortíssimo candidato ao Oscar no ano de 2011.
Lionel Logue (interpretado por Geoffrey Rush) é um ator "aposentado" - que encontrou outra utilidade para seu talento no período em que exercia tal profissão - que após a Primeira Guerra, teve a oportunidade de devolver o dom da boa fala aos soldados que voltavam do embate, reinstituindo-lhes eloquência e dicção, ambas perdidas pelo sofrimento da batalha.
Albert (papel muitíssimo bem interpretado por Colin Firth) é o segundo filho de George V, chefe da Família Real Inglesa e, conseqüentemente, rei da Inglaterra, e tem um problema desde a infância: a gagueira. Não só esse problema como inúmeros outros, mas teve a infelicidade de todas as suas dificuldades terem sido potencializadas por culpa de sua permanente condição.
Sua família caçoava e o punia por esses "defeitos", tendo ele sofrido muito. Era canhoto, mas o obrigavam a aprender como ser destro. Tinha joelhos para dentro, mas o pai o obrigava a usar talas de metal para consertar o problema, processo esse que, naturalmente, era muito doloroso. Tais informações, aparentemente de pouca relevância, são necessárias para entender o quão sofrido Albert cresceu.
Ele era Duque de York, e, como era da Família Real, tinha certas obrigações públicas, como discursos, e é aí então que vem todo o drama pessoal no filme.
Disse anteriormente que este filme segue uma linha não muito adotada pelos filmes de Hollywood, é um drama não muito convencional, do mesmo jeito que foi feito The Blind Side no ano de 2009, (filme em que Sandra Bullock sagrou-se Melhor Atriz no Oscar e em outras premiações) pois não é cheio de sequências fortes, com gritos, espasmos, diálogos intensos e agonia por conta de todos esses fatores, é apenas uma história real de uma barreira/drama pessoal sendo posta em evidência.
Enfim, retomando, o ato de discursar parece ser impossível para Albert, pois ele é gago, é bipolar, nervoso... E durante o filme, acontecem diversos fatos que recheariam as linhas se não fossem de pouca relevância para uma crítica. E então ele conhece Lionel.
Jurando que o Sr. Logue era um doutor especializado em fonoaudiologia, ele lhe dá crédito para ajudá-lo com seu problema de gagueira, mas os métodos do ator são muito "heterodoxos", fato que proporciona boas sequências de humor durante o filme.
Se Lionel não fosse tão ousado, audaz e impetuoso, talvez essa parceria não desse muito certo, porque o Duque não dava brechas. Era introvertido, sério, rigoroso e não se permitia, nem a ninguém mais, tomar liberdades, porém o velho ator foi insistente, e conseguiu um ótimo progresso com "Bertie". (Albert era chamado assim pelos íntimos)
O filme mostra que a maior qualidade de um rei, de um chefe, do tipo que for, não deve ser sua integridade, sua moral, seu decoro, tampouco a importância de sua própria coroa, de sua autoridade, mas sim, o dom da fala. Mostra que é possível conquistar o respeito, o mundo, com as palavras certas, no momento certo, e mostra que não importa a dificuldade que exista para que esse dom venha à tona, quando é para ser, com certeza será.
Tom Hooper está de parabéns pelo incrível trabalho de direção nesse filme, e David Seidler, com mais moral ainda, recebe minha nota 10 por ter escrito essa obra quase que impassiva à falhas. Assistam, pois não vão se arrepender.

3 comentários:

  1. Achei o filme realmente divino, me arrepiei quando assiti, hehe. Adorei ver a Helena Bonham Carter em um papel mais "normal", digamos assim.. Enfim, depois do teu post, nem me ouso a escrever uma crítica sobre o mesmo, haha. Lindo, amo vc s2

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  2. Uma das piores criticas cinematograficas que ja li (se é que posso chamar isso de critica), tua critica se resumiu a contar a estoria do filme. Tu elevastes o filme a obra prima (não é) mas n explicaste o porque, cade os termos tecnicos do filme? Porque da direção do tom hopper ser incrível (não é)? Proxima vez que chamares um filme de obra prima, por favor, tenha argumentos. As tuas criticas sao o exemplo perfeito de um pseudocinéfilo e leigo no assunto querendo escrever sobre cinema.

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  3. Muito obrigado pelas sábias palavras, mas o post é só uma opinião minha, assim como a tua crítica a mim é uma opinião tua. Termos técnicos faltaram demais, e eu não sigo uma linha crítica pra tratar a respeito dos filmes. Quero que fique bem claro que esse é um blog "sobre cinema" e não apenas de críticas de filmes. Eu falo aqui o que me vem na hora quando eu vejo o filme. Se der vontade de contar a história, por achar uma boa história, eu conto, se der vontade de fazer uma crítica mais consistente, eu faço. Eu sei muito bem o porquê de ter achado isso do filme, e se não mencionei o roteiro com uma bela continuidade, a fotografia, o figurino ou até mesmo o enquadramento e os takes adequados nos cenários certos, ou as conversas espirituosas que dão um ar todo irreverente às sequências Lionel/Albert, foi porque não tive vontade. Não falei sobre mais coisas porque senão a crítica ia ficar longa demais e cansativa, e eu quero que as pessoas leiam o que eu escrevo, e não que achem um estorvo prolixo de artigo, mas seu comentário é bem-vindo. Que fique bem claro que esse está longe de ter sido o Melhor Filme de 2010, mas é um filme que eu gostei. E a respeito da direção do Hooper, achei genial porque vi que essa era a primeira grande empreitada dele, e ele se saiu muito bem na tarefa, dando sorte na escolha do trabalho.(Eu não mencionei obra-prima em momento algum no post. Obra é alusão a obra de arte.)

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