quinta-feira, 5 de maio de 2011

Water For Elephants (2011)


Ontem fui ao cinema assistir ao filme que eu tanto queria ver. Porque eu realmente estava esperando um romance inusitado em um âmbito diferente, mas que tivesse uma atmosfera parecida com a de The Notebook, aquele romance louco e intenso, que prende o espectador à paixão na tela; e também por ter sabido da existência de um livro sobre e de saber que o mesmo era um best-seller do The New York Times, mas tanta expectativa acabou causando uma certa decepção para mim, e de um jeito ou de outro, eu já sabia que isso iria acontecer.
Até tento não ser preconceituoso, e dar duas, até três chances para um ator que eu sei que é ruim, mas esse é um ponto complicado. Robert Pattinson mostrou mais uma vez ao público que a única atuação aceitável em sua carreira, que aconteceu quando interpretou Cedrico Diggory na série Harry Potter, não consegue mais ser reproduzida, e agora, depois da série Twilight, ele mostrou que não consegue mais passar de um galãzinho teen e que de ator não tem nada.
Mostrou que não tem condições de protagonizar um bom filme, pois ele é completamente inexpressivo e sem graça, assim quebrando sequências que talvez salvassem o erro que foi esta adaptação. Mas antes fosse só a péssima escolha dele como personagem principal; se fosse só isso, o filme ainda teria uma chance de ser bom.
Fotografia inadequada. O filme se passa na década de 30, uma época em que ocorria a Grande Depressão, crise econômica bombástica e devastadora, que destruiu empresas, quebrou grandes investidores e empresários e desestruturou famílias, e até há pequenas "notas" de que era isso o que acontecia durante o filme, mas com uma fotografia tão simples, tão clean, não era possível perceber a importância do fato para com aquilo tudo que estava ocorrendo.
Roteiro pessimamente adaptado. Não li o livro, mas imagino que Sara Gruen ao escrever o romance, sabia sobre o que estava falando, usava de meios para atrair a atenção do leitor e fazer com que percebesse o que se passava. Tenho certeza, também, de que se preocupou em mostrar que estava acontecendo um clima romântico entre as personagens principais, que se traduzia em pequenos atos ou situações ao longo da trama, e não foi o que Richard LaGravenese fez. Em vez de adaptar a obra, acho que teve a "brilhante" idéia de fazer um resumão do livro e simplesmente dar para Francis Lawrence tentar entender e rodar, fazendo até com que ele, Francis, sujasse seu nome com a péssima escolha.
Quando o estúdio se decidiu por gravar o filme, não deve ter imaginado que esse é um tema difícil de atrair a atenção do público, difícil de se fazer entender uma história de amor nessa atmosfera circense, ainda mais com pessoas tão descapacitadas no elenco. Não obstante, nem só de erros foi feito esse filme. O estúdio ganhou um ponto positivo na cotação de um papel: o antagonista eles acertaram em cheio e foi a grande exceção do projeto. Cristoph Waltz foi essa exceção.
Está brilhante, numa atuação que lembra a todos o porquê de ter levado todos os principais prêmios, por unanimidade, quando concorreu a Melhor Ator Coadjuvante por Inglourious Basterds (de Tarantino), e se excluiu do grupinho que levou o projeto à ruína. Porém Reese Witherspoon, não.
Até mesmo ela que é uma excelente atriz e , assim como Waltz, no ano em que concorreu à Melhor Atriz, 2005, por Walk The Line, ganhou por unanimidade, todos os prêmios, reproduziu mal o seu papel, fazendo parte de um casal que não teve química alguma durante o filme todo - e isso é facilmente percebido - fazendo o público questionar-se de seu talento.
O pior de tudo era que o roteiro era tão chinfrim, que era óbvio que não tinha como acontecer aquele romance que estavam tentando enfiar goela abaixo, mas do nada, Robert e Reese se apaixonam, sem mais nem menos, e tudo acaba mudando convenientemente para que o amor acontecesse, subestimando a inteligência de quem assistia.
Apesar de até ter tido suas excessões - a direção, a produção, e Christoph Waltz como antagonista -, me decepcionei com a maioria dos outros pontos técnicos: fotografia, cotação para o elenco, figurino, protagonistas, roteiro (acho que isso foi o que me deixou mais indignado)... São tantas coisas, que eu poderia falar muito mais, mas opto por não, e assim, começo a aprender a não esperar tanto e a não criar tantas expectativas a respeito de um filme, pois, como esse, o filme pode ser ruim.
Fui procurando algum conteúdo, um filme que me acrescentasse algo, que me mostrasse um romance verdadeiro e inesperado numa época tão conturbada e difícil, e que quebrasse um tabu que é tão vivo nos dias de hoje quanto com certeza era na década de 30 (o relacionamento entre pessoas de idades muito diferentes), mas vi só uma boba história de amor que não convence ninguém de sua verossimilhança e de sua falsa e forçada emoção, mas apesar das tão incisivas e julgadoras palavras, é um filme que não faz mal a ninguém, e pode ser assistido tranquilamente como um passatempo, porém, se você me pedir para dizer se eu gostaria de assistir de novo ou não, provavelmente a segunda opção será escolhida.

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