
Posso estar errado, é verdade. Ainda não se formou o padrão, mas a sensação que eu tive depois que assisti Moneyball foi a mesma de depois de assistir a The King's Speech: uma provável e, considerando as interseções variáveis entre emoção e produção que a Academia costuma levar em conta, até incontestável vitória na categoria de Melhor Filme, por alguns motivos óbvios e claros percebidos durante alguns anos acompanhando a premiação.
Uma magnífica e arriscada aposta numa troca radical de estilo de gerenciar um time de beisebol, acreditada por um ex-jogador e seu assistente, é o conflito ininterrupto que se estende do início ao fim do filme. E nem é preciso falar que, mais uma vez, Brad Pitt esbanja talento, e retrata com sua interpretação, perfeitamente, um sofrido quarentão cujo os sonhos já foram devastados em outra ocasião na vida, e a única oportunidade que ele encontra de auto-remição é conseguir a afirmação no desenvolvimento de uma maneira eficaz de lidar com as próprias deficiências do limitado time que tem, podendo assim se acomodar consigo mesmo e tentar acabar com um carma.
A respeito da atuação dos dois de mais expressão, os atores secundários também estão muito bem. Boa cotação para apoio e grandes desempenhos. Philip Seymour Hoffman não decepciona. Como de praxe, está ótimo interpretando o treinador do time (Oakland A's) e, assim como Brad Pitt, é muito convincente. A incerteza era com Jonah Hill, que teve um único papel considerável e relevante - ele interpretou o personagem Seth em Superbad - em seu currículo até fazer Moneyball, mas também esteve ótimo enquanto, digamos assim, "auxiliar de palco", mostrando que pode sim adotar um novo estilo, que não o humor, ao seu role de ator.
Alguns problemas ocorreram durante o processo de produção do filme, como a necessidade de duas trocas na direção do projeto até que se definisse que Bennett Miller assumiria definitivamente. A necessidade de duas trocas, também, nos roteiristas, tendo Stan Chervin escrito a primeira versão do roteiro e, após Brad Pitt juntar-se ao projeto, ocorrido a contratação de Steven Zaillian para uma segunda versão, mas, logo em seguida, graças a Deus, Aaron Sorkin ter sido escalado para consertar o que caminhava para ser mais um roteiro com muito potencial, porém cheio de falhas pífias e perfeitamente descartáveis, feito por Zaillian (como em Gangs of New York, American Gangster e, o mais recente, The Girl With The Dragon Tattoo).
Numa opinião final, o filme é muito bom. Sentimental na dosagem certa, sem pieguice, é bem produzido, bem dirigido, tem uma fotografia respeitável, takes e propostas de inferência interessantes e plausíveis, e acho, realmente, que é um fortíssimo candidato às seguintes categorias do grande prêmio da Academia: Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Mixagem de Som.
Moneyball não é apenas mais um filme de esporte. Não é apenas mais um clichê americano. Não é pseudo-conteúdo. Em níveis moderados (mas não menos consideráveis) serve como uma eficaz lição de comportamento, determinação e sucesso pessoal que, se levada em conta, rende muitos lucros. É um ótimo filme que eu com certeza recomendo.
Adorei a crítica, o blog está ótimo e sua foto aos 13 ali do lado tá uma belezura. Parabéns.
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